Câncer e libido: como a doença pode interferir no desejo sexual
A batalha contra o câncer é uma jornada de coragem e resiliência, repleta de desafios físicos e emocionais. Além dos sintomas comuns como enjoos, dores, perda de peso e fadiga, muitas vezes enfrentamos um tabu que merece ser discutido com honestidade e compreensão: a perda do interesse sexual.
Para aqueles diagnosticados com a doença, especialmente os tumores ginecológicos e o de próstata, o impacto no desejo sexual pode ser significativo e, por vezes, esquecido.
Neste artigo, mergulharemos fundo nessa questão delicada, explorando a relação entre o câncer e a libido. Queremos oferecer um ombro amigo e informações valiosas para que você possa recuperar o controle da sua vida íntima, mesmo em meio às adversidades. Afinal, seu bem-estar sexual é tão importante quanto sua saúde física e emocional.
Então, prepare-se para uma conversa honesta sobre um tópico que muitas vezes permanece nas sombras, enquanto trazemos à luz dicas e orientações para ajudar você a enfrentar esse desafio com coragem e confiança.
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Veja também: A diminuição do desejo sexual pode ter origem física ou psicológica?
Por que o câncer afeta a libido?
O impacto do câncer na libido pode ser atribuído a uma série de fatores físicos, emocionais e psicológicos que acompanham a doença e seu tratamento. Vamos ver os principais a seguir!
Efeitos físicos do câncer e seu tratamento
O câncer e os tratamentos como quimioterapia, radioterapia e a cirurgia podem causar uma série de efeitos colaterais físicos, como fadiga, dor, náusea e alterações hormonais. Esses sintomas podem fazer com que o paciente se sinta desconfortável e com pouca energia para o sexo.
Mudanças hormonais
Alguns tipos de cânceres, como o de próstata e o de mama, podem levar a mudanças significativas nos níveis hormonais. Isso pode resultar em diminuição da libido, disfunção erétil em homens e redução da lubrificação vaginal em mulheres.
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Ansiedade e depressão
O diagnóstico da doença e o tratamento associado podem causar ansiedade, depressão e estresse significativos. Esses estados emocionais podem afetar negativamente o desejo e a resposta sexual.
Alterações na imagem corporal
Muitas vezes, o câncer e os procedimentos realizados para curar o tumor podem levar a mudanças na imagem corporal, como perda de peso, cicatrizes ou a remoção de partes do corpo. Essas alterações são capazes de afetar diretamente a autoestima e a confiança sexual.
Confira: O que é libido? Entenda a sua influência no hora do prazer
Preocupações com a saúde
Preocupações contínuas com a saúde, como o medo de recorrência da doença ou a dos efeitos colaterais dos tratamentos, podem desviar a atenção das atividades sexuais e diminuir o interesse.
Efeitos psicológicos
A luta contra o câncer pode criar um ambiente emocionalmente desafiador para os pacientes e seus parceiros, levando a dificuldades de comunicação e a uma diminuição da intimidade emocional, o que, por sua vez, pode afetar a libido.
É necessário algum cuidado especial na relação sexual?
Para aqueles que enfrentam o câncer e têm a imunidade comprometida, é importante considerar cuidados especiais em relação à sua vida sexual. Usar preservativo é altamente recomendado durante esse período, pois algumas infecções podem ser transmitidas durante o ato sexual.
É comum que as mulheres enfrentem problemas de secura vaginal, o que pode causar desconforto durante as relações íntimas. Para lidar com essa falta de lubrificação, existem diversas opções, como hidratantes vaginais e lubrificantes disponíveis.
Quanto às preliminares, elas podem ser tão significativas, se não mais, do que o próprio ato sexual. Portanto, é importante enfatizar a importância dos carinhos e da intimidade durante esse momento a dois. Não se preocupe com orgasmos, isso pode atrapalhar seu desempenho e o prazer.
Além disso, é essencial entender que a vivência da sexualidade vai além da relação sexual em si. Tornar o sexo mais prazeroso durante o tratamento oncológico e em toda a vida envolve resgatar o romantismo, quebrar a rotina, explorar o próprio corpo, buscar novas formas de prazer e aprofundar a intimidade.
Se, mesmo com todos esses cuidados, ainda se sentir desconfortável, não hesite em dar um tempo para si mesmo (a). A pressa não é necessária. Com paciência, carinho e amor, é possível melhorar a experiência sexual ao longo do tempo.
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Ao fim do tratamento, tudo volta ao normal?
Para a maioria dos pacientes, a libido normaliza após o término do tratamento. Em outros casos, algumas pessoas podem necessitar de mais tempo ou de apoio psicológico, ou medicamentoso.
No caso das mulheres, a depender da situação, pode-se optar pela reposição hormonal para atenuar os efeitos da menopausa precoce, que também pode acontecer. Já os homens podem contar com remédios ou prótese peniana (se apresentar impotência).
Durante o processo de cura, é importante a comunicação com o (a) parceiro (a) e o diálogo aberto com seu oncologista. Um terapeuta também é essencial nesse momento. Ele pode ajudar o paciente a identificar os obstáculos enfrentados na sua vida sexual e a superá-los, para que ela volte a ser saudável como antes.
Mas vale ressaltar: toda indicação é individualizada e varia conforme as especificidades e as condições de saúde de cada um.
Como lidar com a libido afetada?
Lidar com a queda de libido durante o tratamento contra o câncer pode ser desafiador, mas existem várias estratégias que podem ajudar a manter a intimidade e a satisfação sexual.
Aqui estão algumas dicas que podem ser úteis:
Experimentação e criatividade
Este é o momento para explorar diferentes formas de intimidade. Concentre-se em preliminares, carícias, abraços e beijos, que podem ser tão gratificantes quanto a relação sexual.
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Medicamentos e suplementos
Em alguns casos, medicamentos ou suplementos são prescritos para ajudar a lidar com problemas específicos, como disfunção erétil ou secura vaginal. Sempre consulte um médico antes de tomar qualquer medicação.
Grupos de apoio
Participar de grupos de apoio para pacientes com câncer pode fornecer uma rede de apoio emocional. Compartilhar experiências com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes pode tornar esse processo mais fácil.
Comunicação aberta
A comunicação franca com seu (sua) parceiro (a) é fundamental. Discutir seus sentimentos, medos e desejos ajuda a fortalecer o relacionamento e a encontrar soluções juntos. Esteja disposto (a) a ouvir e apoiá-lo (a) também.
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Consulte um profissional de saúde
Converse com seu oncologista ou um especialista em saúde sexual. Eles podem oferecer orientações específicas com base em seu tipo de câncer, tratamento e circunstâncias individuais.
Vale lembrar que buscar ajuda psicológica e emociona também é um passo importante na jornada do tratamento do câncer. Não hesite em procurar o apoio necessário para enfrentar os desafios emocionais e sexuais associados à doença, pois isso pode contribuir significativamente para o seu bem-estar durante esse período desafiador
