Conto erótico lésbico – No Quarto 207

Viajar sozinha sempre foi meu jeito preferido de me reencontrar. Escolher um hotel só pelo charme da varanda, tomar café sem pressa, ouvir o som das ondas antes de dormir. Mas naquela viagem, eu não esperava encontrar outra coisa além da paz.

Até ver ela.

Foi no café da manhã, no segundo dia. Morena, cabelo preso num coque bagunçado, camiseta larga de banda de rock e short jeans que deixava metade da coxa à mostra. Tinha algo nela que me prendeu o olhar: a postura relaxada, o jeito como mexia no café sem tirar os olhos do livro.

Trocamos um “bom dia” que ficou mais tempo no ar do que deveria.

No final da tarde, nos encontramos de novo — dessa vez na piscina. Ela tirou a saída de praia, mergulhou e emergiu com a água escorrendo pelas costas nuas. A tatuagem discreta no ombro, o sorriso sem esforço, o corpo molhado… tudo nela me deixava intrigada. Ela me viu olhando e sorriu. O coração acelerou. Tentei disfarçar.

Na noite seguinte, o bar do hotel organizou música ao vivo. Sentei com uma taça de vinho, e ela apareceu logo depois. Viu que havia espaço no meu sofá e se aproximou.

— Posso? — perguntou.

— Por favor.

Nos apresentamos. Júlia. Fotógrafa. De São Paulo. Tão acostumada a viajar sozinha quanto eu. A conversa começou sobre destinos e virou confissões. Trocamos experiências, rimos de histórias pessoais. Havia tensão nos olhares. Na forma como ela segurava a taça, como encostava o joelho no meu, como sorria quando eu desviava os olhos.

Até que ela foi direta:

— Você já ficou com mulher?

— Beijei algumas. Mas nunca fui além — respondi, com um leve sorriso.

Ela chegou mais perto. O perfume dela era adocicado e quente, como baunilha e pele aquecida.

— Então tá na hora — sussurrou.

Me arrepiou inteira.

— Quer subir comigo?

— Só se for no seu quarto — respondi, encarando.

Ela riu. E me puxou pela mão. O quarto 207 tinha luz baixa, cheiro de incenso e uma cama desfeita. Ela fechou a porta e me encostou nela, sem pressa. Nossos rostos quase colados.

— Me diz se quiser parar a qualquer momento, tá?

Fiz que sim com a cabeça, e ela me beijou.

O beijo era diferente de todos os que já tive.

Mais presente. Mais íntimo. A boca dela era quente, a língua explorava devagar, os lábios pressionavam com fome. Minhas pernas amoleceram. As mãos dela subiam devagar pela lateral do meu corpo, arrepiando cada centímetro da minha pele.

Ela tirou minha blusa devagar, passando os dedos frios pela minha barriga. Beijou meu pescoço, depois meu ombro, depois meus seios por cima do sutiã. A língua circulava os mamilos, brincava com a borda, até que ela puxou a alça com os dentes, me deixando exposta.

— Linda — murmurou, com os olhos brilhando.

Me deitou na cama e ajoelhou ao meu lado. Começou a explorar meu corpo com a boca: beijos no ventre, na parte interna das coxas, nos quadris. A calcinha já estava úmida. Ela a tirou devagar, como quem saboreia o momento.

A primeira onda de prazer

Júlia abriu minhas pernas com carinho, beijou a parte interna da coxa com delicadeza e passou a língua entre meus lábios com uma suavidade que me tirou o ar. Circulou o clitóris com movimentos lentos, depois começou a sugar, alternando entre pressão e leveza. Era como se ela conhecesse meu corpo há anos.

A cada lambida, eu gemia mais alto. Ela me olhava o tempo todo, como se buscasse minha resposta. Quando sentiu que eu estava perto, deslizou dois dedos pra dentro, devagar, curvando na medida certa. Gozei com força, tremendo, com as mãos agarradas nos lençóis.

Ela subiu me beijando, com a boca ainda molhada, e me abraçou.

— Respira — disse baixinho. — Ainda tem mais.

Tirei a camiseta dela, vi seus seios firmes e pele quente. Acariciei com a boca, lambi os mamilos, ouvi seus gemidos baixos. Desci lentamente, explorando cada parte, até chegar entre as pernas dela. Sua pele tinha gosto salgado e doce ao mesmo tempo, como suor e desejo.

Ela gemeu alto quando minha língua tocou seu clitóris. Rebolava de leve, sussurrava elogios, me chamava de gostosa. Eu a penetrei com os dedos devagar, aumentando o ritmo enquanto sugava. Quando ela gozou, puxou meu cabelo com força,.

Nos deitamos lado a lado, suadas, nuas, respirando devagar.

— Eu nem sei o que dizer — confessei, sorrindo.

— Então não diz nada — ela respondeu, me beijando de novo.

A gente dormiu abraçadas, e eu acordei com o sol batendo no rosto e o corpo dela ainda colado no meu. Ela me olhou, meio sonolenta, e disse:

— Acho que vou estender a viagem mais uns dias. E você?

— Já tô pensando em cancelar a volta.

Rimos. E antes mesmo de levantar da cama, ela me puxou de novo pra um beijo mais demorado — e eu soube que a próxima noite no quarto 207 seria ainda melhor.

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