O que é ducha vaginal? Entenda os riscos
Embora a ducha vaginal seja uma prática comum em muitas culturas e possa parecer inofensiva, ela pode trazer riscos significativos para a saúde das mulheres.
Por isso, neste post, vamos mostrar em detalhes o que é ducha vaginal, os riscos associados à pratica e o que as mulheres podem fazer para manter sua higiene íntima de forma segura e saudável. Confira!
O que é ducha vaginal?
A ducha vaginal é um procedimento que consiste na introdução de líquidos, geralmente água, na cavidade vaginal. É uma prática antiga que remonta a séculos atrás, e muitas culturas ainda a realizam.
Existem diferentes motivos pelos quais as mulheres podem optar pela ducha vaginal, como a sensação de limpeza. No entanto, é importante ressaltar que a ducha vaginal não é uma necessidade médica e não é recomendada pelos profissionais de saúde.
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De acordo com a ginecologista Fabiana Nakano em entrevista ao site Dicas de Mulher, a ducha vaginal tira o ambiente vaginal do seu equilíbrio, muda o pH, danifica a mucosa e destrói a microbiota.
Confira a seguir outros riscos associados à prática da ducha vaginal.
Principais riscos da ducha vaginal
Candidíase
A candidíase é uma infecção fúngica causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida sp, que normalmente habita a flora vaginal em pequenas quantidades. Quando há um desequilíbrio nessa flora, como ocorre após a realização de uma ducha vaginal, pode ocorrer um crescimento excessivo do fungo, o que leva ao surgimento da candidíase.
Entre os sintomas mais comuns da candidíase estão a coceira vaginal, ardência na região da vulva e a presença de corrimento branco e espesso.
Vaginose bacteriana
Outra doença que tem com um de seus fatores de desenvolvimento a ducha vaginal é a vaginose bacteriana.
Basicamente, a vaginose bacteriana é uma infecção vaginal causada por um desequilíbrio na flora vaginal. Em condições normais, a vagina contém uma mistura de bactérias boas e más, que coexistem em equilíbrio. No entanto, a vaginose bacteriana ocorre quando há uma redução na quantidade de bactérias saudáveis e um aumento na quantidade de bactérias nocivas.
O diagnóstico da vaginose bacteriana é feito através de um exame ginecológico e de uma amostra do corrimento vaginal, que é examinado no laboratório para verificar a presença de bactérias.
Os sintomas da vaginose bacteriana incluem coceira, ardor e um odor forte e desagradável. O corrimento vaginal também é comum, geralmente de cor branca ou acinzentada com textura pastosa.
Como você já deve ter percebido, a ducha vaginal é um procedimento que traz apenas malefícios para a sua saúde íntima. No entanto, ela ainda é realizada por desconhecimento ou por haver muitos mitos relacionados ao tema.
Por isso, reunimos abaixo os principais equívocos sobre a prática.
Mitos sobre ducha vaginal
A ducha vaginal ajuda a prevenir a gravidez
Com certeza, esse é um dos maiores mitos relacionados à prática. Portanto, é necessário esclarecer que a ducha vaginal NÃO previne gravidez.
O líquido utilizado na ducha não impede a fertilização e nem a implantação do óvulo fecundado no útero. Além disso, é sempre importante lembrar que uma relação desprotegida pode causar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Sendo assim, para evitar uma gravidez indesejada, escolha sempre métodos contraceptivos seguros e comprovados cientificamente, como pílulas contraceptivas, dispositivo intrauterino (DIU), contraceptivo hormonal injetável, implantes, entre outros. Lembre-se também de consultar um médico ginecologista para saber qual é o melhor método indicado para você.
O método previne infecções
Como já mostramos, na verdade, a ducha vaginal AUMENTA os riscos de infecções graças ao desequilíbrio da flora vaginal que ela causa.
Além de água, algumas pessoas optam por utilizar um líquido antisséptico, responsável por causar irritação, inflamação e até mesmo lesões nas paredes vaginais.
Ducha vaginal ajuda a manter a higiene íntima
Outro mito relacionado à prática é que ela ajuda a manter a higiene íntima. Esse equívoco está relacionado ao desconhecimento sobre a genitália feminina.
Por isso, é essencial esclarecer que a vulva é a parte exterior formada por lábios, clitóris, orifício vaginal e uretra. Já a vagina é o canal que une o colo do útero ao orifício vaginal.
Por conter uma grande concentração de glândulas sudorípas, a vulva pode ficar suada e apresentar um leve odor ao final do dia. O mesmo não acontece com a vagina. Portanto, a sua limpeza é desnecessária.
Na verdade, limpezas internas interferem negativamente no equilíbrio vaginal, atrapalhando a capacidade de autolimpeza da vagina, o que pode levar ao desenvolvimento de infecções.
Agora que você já sabe que a limpeza da vagina não é recomendada, veja como manter a sua vulva limpa e saudável.
Dicas de higienização íntima
Use sabonetes suaves:
Use sabonetes íntimos suaves e sem perfume. Evite sabonetes perfumados e produtos com muitas substâncias químicas, como corantes e conservantes, pois podem causar irritação e inflamação.
Além disso, lembre-se de verificar se eles são ginecologicamente testados. Aqui na Miess, temos opções incríveis de sabonetes íntimos.
Seja breve:
Outro ponto importante é evitar demorar muito tempo na higienização. Segundo ginecologistas, a limpeza deve ser feita em 3 minutos para evitar alterações da flora. Alguns chegam até mesmo a recomendar que a higienização seja feita apenas uma vez por dia.
Seque bem a área genital:
Depois de lavar, seque bem a área genital com uma toalha limpa e seca. É importante manter a área seca, pois umidade pode levar a infecções.
Use calcinhas de algodão:
Dê preferência também para calcinhas de algodão. Isso porque o material permite a respiração da pele. Sendo assim, evite calcinhas de materiais sintéticos, como nylon e poliéster, que retêm a umidade e causam irritação.
Troque as calcinhas com frequência
Por fim, troque as calcinhas diariamente e evite usar calcinhas apertadas ou roupas íntimas durante a noite. Deixe a sua ppk respirar!
Gostou? Aproveite para ler também: “Dor durante a relação sexual: O que é, causas e tratamento”.
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