Pessoa abrindo camisinha

Stealthing: o que é e por que isso é violência sexual

Você sabia que existe uma prática chamada stealthing que, infelizmente, tem se tornado cada vez mais comum? O nome pode parecer estranho, mas o que ele representa é ainda mais chocante. Estamos falando de uma atitude silenciosa, traiçoeira e extremamente perigosa, que acontece durante o sexo e que precisa ser tratada com toda a seriedade do mundo.

Vamos entender juntas por que o stealthing é, sim, uma forma de violência sexual — e o que a gente pode (e deve!) fazer diante disso?

O que é stealthing?

Esse termo em inglês define a prática de retirar a camisinha durante o sexo sem o consentimento da outra pessoa. A palavra stealth vem de algo sorrateiro, feito na surdina, escondido — e é exatamente isso que acontece aqui. A pessoa aceita transar com proteção, mas o parceiro tira o preservativo no meio do ato, sem avisar. Essa prática viola gravemente o consentimento e muitos países já a reconhecem como uma forma de violência sexual.

Além de ser um abuso, o stealthing expõe a vítima a riscos sérios, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez indesejada. A prática rompe totalmente a confiança e o direito da pessoa de decidir sobre o próprio corpo e sua proteção. Por isso, é superimportante falar sobre o assunto, reconhecer os sinais e entender que consentimento não é negociável: com camisinha é com camisinha até o fim.

Você é uma mulher que quer ganhar dinheiro extra ou está pensando em começar seu próprio negócio? Então, este guia é para você. “Começando a Revender: O Guia Completo para Iniciantes no Mundo do Empreendedorismo” é um caminho simples e claro para quem quer entrar no mundo das vendas.

Diferença entre stealthing e outros tipos de abuso sexual

Quando a gente fala de stealthing, muita gente confunde com outros tipos de abuso sexual. Mas é importante entender que, apesar de todos serem graves, existem diferenças nas formas como acontecem e nos impactos.

O stealthing, como explicamos, acontece quando a pessoa retira a camisinha durante o sexo sem o consentimento da parceira ou parceiro. Aqui, o ato sexual até foi inicialmente consentido, mas o combinado (com preservativo) foi quebrado de forma escondida, o que transforma a situação em uma violação de confiança e do corpo da outra pessoa. Já em outros tipos de abuso sexual, a violência pode acontecer de maneiras diferentes:

  • Estupro: envolve qualquer ato sexual sem consentimento, usando força física, ameaças ou manipulação emocional.
  • Assédio sexual: inclui toques, palavras ou comportamentos de cunho sexual que invadem o espaço e o conforto da outra pessoa sem permissão.
  • Coerção sexual: acontece quando alguém pressiona ou insiste tanto que a outra pessoa cede, mesmo sem querer de verdade.

Como dá para ver, o stealthing é uma forma específica de abuso porque a vítima consentiu ao sexo com proteção, mas não ao sexo sem camisinha. Mesmo assim, ele se enquadra como violência sexual porque o ato rompe o acordo e expõe a pessoa a riscos físicos e emocionais.

Por que o stealthing é considerado violência sexual?

A pessoa que pratica o stealthing comete uma violência sexual ao retirar a camisinha sem o consentimento da parceira ou parceiro, rompendo o acordo feito no início da relação. Mesmo que o sexo tenha começado de forma consensual, o consentimento foi dado apenas para a prática com proteção.

Além disso, o stealthing expõe a vítima a riscos sérios, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez indesejada. Essa quebra de confiança transforma a relação sexual em uma experiência abusiva e traumática. Por isso, especialistas e legislações em vários países já reconhecem a prática como uma forma de violência e, em alguns lugares, como crime passível de punição.

O impacto físico e psicológico da prática

O stealthing causa danos que vão muito além do momento em que acontece. No aspecto físico, a vítima fica exposta a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV e sífilis, além do risco de uma gravidez indesejada. Mas o impacto emocional pode ser ainda mais profundo.

Muitas pessoas relatam sentimentos de medo, raiva, vergonha e até traumas relacionados à intimidade. Essa experiência abala a autoestima e pode gerar dificuldades para confiar em novos parceiros no futuro.

O consentimento e a quebra de confiança

O sexo saudável só acontece quando há consentimento claro e contínuo entre todas as partes envolvidas. O stealthing destrói isso porque a pessoa concordou com uma relação com camisinha, mas teve essa condição ignorada sem saber.

Essa quebra de confiança é uma forma de trair o acordo íntimo e desrespeitar o direito da outra pessoa de decidir sobre o próprio corpo. Sem consentimento real, o ato deixa de ser uma troca prazerosa e se transforma em uma violência.

Segurando camisinha

Quais são as consequências legais do stealthing?

Em muitos países, o stealthing já é reconhecido como uma forma de violência sexual e pode levar a processos criminais. Como o ato envolve a retirada da camisinha sem consentimento, ele é visto como uma violação do acordo sexual e, em alguns lugares, é enquadrado como estupro ou agressão sexual. Dependendo da legislação, quem pratica stealthing pode ser processado, receber multas pesadas e até cumprir pena de prisão.

Além das consequências criminais, a vítima também pode buscar indenização por danos morais e psicológicos na justiça. Mesmo em países onde o stealthing ainda não tem uma lei específica, os tribunais começam a considerar o impacto físico e emocional dessa prática e aplicam punições com base em outras leis de proteção sexual. Isso reforça que consentimento não é negociável e a quebra dele tem consequências sérias.

E no Brasil, é crime?

Aqui no Brasil, ainda não existe uma lei específica que fale sobre stealthing com todas as letras. Mas isso não quer dizer que o assunto esteja fora do radar da Justiça. Um caso julgado pelo Tribunal de Justiça de Roraima, por exemplo, abriu um precedente importante: a conduta foi enquadrada no artigo 215 do Código Penal, que trata sobre violência sexual mediante fraude.

Outro artigo que pode ser usado em alguns casos é o 130, que fala sobre o risco de transmissão proposital de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Ainda assim, a falta de uma legislação clara deixa muitas vítimas sem respaldo jurídico direto.

E não são poucas. Segundo uma pesquisa inédita divulgada pela Agência Brasil, quase 3 mil pessoas relataram ter sido vítimas de stealthing no país: 2.275 mulheres e 601 homens. Apesar da diversidade de gênero entre as vítimas, todas relataram que foram violentadas por homens — e, em muitos casos, o agressor era alguém com quem mantinham um relacionamento estável. Em 10% dos casos, o autor foi o próprio marido.

Como identificar e denunciar o stealthing?

O stealthing é uma prática abusiva que muitas vezes acontece de forma silenciosa e deixa a vítima confusa ou até culpada. Por isso, entender como identificar sinais e saber onde buscar ajuda faz toda a diferença para romper o ciclo de violência e garantir apoio emocional e jurídico.

O que fazer se você for vítima da prática

Se você percebeu que alguém retirou a camisinha durante o sexo sem o seu consentimento, o primeiro passo é cuidar de você. Procure um médico o quanto antes para fazer exames e prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ou gravidez indesejada. Também é importante registrar o que aconteceu com o máximo de detalhes possíveis, como dia, horário e circunstâncias, para ter um relato caso decida levar o caso à justiça.

Redes de apoio e canais para buscar ajuda

Você não precisa enfrentar isso sozinha. No Brasil, existem redes de apoio como o Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), delegacias especializadas em crimes contra a mulher e ONGs que oferecem acolhimento psicológico e orientação jurídica. Além disso, conversar com alguém de confiança ou buscar grupos de apoio pode ajudar muito no processo de cura emocional e empoderamento para denunciar.

A importância da conscientização sobre o stealthing

Falar sobre o stealthing é essencial para que mais pessoas reconheçam essa prática como uma forma de violência e não a normalizem. Muitas vítimas só percebem depois que foram expostas a riscos e sentem culpa ou vergonha, quando, na verdade, quem deve ser responsabilizado é quem violou o consentimento. A conscientização ajuda a quebrar o silêncio, dá voz a quem passou por isso e reforça que consentimento precisa ser claro e respeitado do começo ao fim.

Além disso, discutir o tema amplia o acesso à informação e fortalece a criação de leis específicas para punir o stealthing. Quanto mais a sociedade entende que essa prática é inaceitável, mais apoio as vítimas encontram para denunciar e se proteger. Conscientizar é o primeiro passo para transformar relações sexuais em experiências seguras, respeitosas e prazerosas para todos os envolvidos.

Falar sobre o stealthing é abrir espaço para diálogos que salvam vidas e fortalecem o direito de cada pessoa viver sua sexualidade com respeito e segurança. Consentimento não é detalhe, é a base de qualquer relação saudável – e quebrá-lo é inaceitável. Se você já passou por isso ou conhece alguém que viveu essa situação, saiba que não está sozinha e que existem redes de apoio para ajudar.

Posts Similares