mulher com mãos na cabeça cansada de misoginia

O que é misoginia? Entenda esse ódio que afeta todas nós (e como combater!)

Você já sentiu que, por ser mulher, sua voz foi ignorada numa reunião? Já percebeu olhares julgadores quando vestiu algo mais ousado? Já foi chamada de “louca” só por se posicionar? Pois é, amiga… Isso tudo pode ter um nome: misoginia. E hoje a gente vai abrir esse assunto com toda a coragem e amor que cabe em nós – porque entender é o primeiro passo pra mudar esse jogo injusto que há séculos tenta calar as nossas vozes.

O que significa misoginia?

A palavra “misoginia” vem do grego e significa literalmente “ódio às mulheres” – miseó (ódio) + gyné (mulher). Mas não se engane achando que isso é só aquele homem agressivo e violento. A misoginia é mais silenciosa (e traiçoeira) do que parece. Ela se manifesta em atitudes sutis e até “normalizadas” no nosso dia a dia – desde piadas machistas até o feminicídio.

É aquele desprezo pelo feminino, aquela ideia de que mulher é sempre “menos”, que precisa ser calada, que é emocional demais, incompetente demais, ou simplesmente… um corpo pra ser usado.

É pesado, eu sei. Mas é real. E a gente precisa falar sobre isso.

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Misoginia, machismo e sexismo: qual a diferença?

Misoginia, machismo e sexismo andam juntinhos, como um trio tóxico que sustenta a desigualdade de gênero – mas é importante entender que, apesar de interligados, cada um tem suas particularidades.

A misoginia é o ponto mais extremo: um ódio profundo e patológico às mulheres. Quem é misógino não apenas acredita que o feminino é inferior, mas sente repulsa, raiva e até desprezo pelo que representa ser mulher. E isso, claro, se manifesta em comportamentos perigosos como agressões, abusos, silenciamentos e até feminicídio.

Já o machismo é aquele velho conhecido nosso, mais “naturalizado” pela sociedade. Ele se apresenta como uma crença enraizada na superioridade do homem sobre a mulher e se infiltra nos detalhes do dia a dia: nas piadinhas de mau gosto, nas interrupções constantes quando a gente tenta falar, nas diferenças salariais, na falta de representatividade em cargos de liderança, e em tantas decisões tomadas sem sequer nos consultar.

E aí vem o sexismo, que reforça estereótipos sobre o que é ser homem e o que é ser mulher. É aquela ideia de que homens devem ser fortes, viris, líderes natos, enquanto nós, mulheres, temos que ser dóceis, cuidadoras, educadas e submissas. Ou seja, é o sexismo que dita os “papéis” sociais baseados no gênero – e que, claro, nos limita muito.

Juntos, esses três conceitos formam um ciclo opressor que nos afeta de maneira profunda e contínua. Mas a boa notícia é que esse ciclo pode – e deve – ser quebrado. E quanto mais a gente entende esses mecanismos, mais conseguimos transformar, questionar e construir uma sociedade mais justa pra todas (e todos) nós.

Um ódio que vem de longe: a história da misoginia

A misoginia não nasceu ontem, viu? Ela vem atravessando séculos e se escondendo nos discursos da história.

Na Grécia Antiga, Aristóteles já dizia que a mulher era um “homem imperfeito”. Gente! Um dos maiores filósofos do mundo dizendo que a gente era tipo uma versão com defeito. Acredita?

E não parou por aí. Jean-Jacques Rousseau, um dos nomes do Iluminismo – aquele movimento que falava de liberdade, igualdade e fraternidade – defendia que mulheres deviam ser “constrangidas” desde pequenas pra se submeter aos homens.

Religiões, leis, cultura, livros, costumes… tudo foi sendo moldado pra manter a mulher num lugar de submissão. Um sistema chamado patriarcado, onde o homem manda e a mulher obedece.

E esse sistema ainda está aí, viu? Mudou de roupa, mas não saiu de cena. Só que agora a gente reconhece e nomeia. E isso é revolucionário!

Como a misoginia se manifesta hoje?

Você pode achar que a misoginia só existe nos casos extremos – tipo feminicídio. Mas ela está no cotidiano, disfarçada de “brincadeira” ou “opinião”. Olha só alguns exemplos:

  • Quando um homem interrompe uma mulher numa reunião (e ela deixa de ser ouvida).
  • Quando uma mulher é chamada de “fácil” por gostar de sexo (e ele é chamado de pegador).
  • Quando uma amiga compartilha um abuso e ouve: “mas o que você tava vestindo?”.
  • Quando um cara se recusa a usar camisinha, achando que o prazer dele vale mais.
  • Quando a gente não é levada a sério por ser mulher – seja dirigindo, falando de futebol ou dando opinião política.
  • Quando xingamentos nas redes sociais se voltam principalmente contra mulheres.

E não para por aí, viu? A misoginia também se revela na invisibilização das nossas vozes, no silenciamento forçado, no descrédito constante, na chantagem emocional e até na manipulação disfarçada de “cuidado”. Tudo isso são formas de violência. Tudo isso é misoginia. E, sim, isso mata.

Mata mesmo. Segundo o Mapa da Violência de 2025, quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil. Quatro. Todos os dias. E isso tem nome: feminicídio – o desfecho brutal de um ciclo de ódio que começa muito antes da agressão física. Começa com o desrespeito, com a desvalorização, com a crença de que mulher pode ser controlada, calada, descartada.

O impacto da misoginia nos homens também

Você sabia que a misoginia também oprime os homens?

Pois é. Ao reforçar essa ideia de que eles precisam ser viris, fortes, dominantes, sem sentimentos… o sistema também os sufoca. Muitos homens crescem acreditando que demonstrar afeto ou fragilidade é “coisa de mulher”. Resultado? Problemas emocionais, violência, dificuldades de se relacionar de forma saudável.

Ou seja, todo mundo perde. Mas as mulheres perdem mais.

Misoginia internalizada: quando a gente repete o discurso

Sim, a gente também pode reproduzir misoginia. Sabe aquela frase “mulher é tudo falsa”? Ou quando a gente julga outra mulher pelo tamanho da saia ou pelo número de parceiros?

Muitas vezes, esses comportamentos são mecanismos de sobrevivência dentro de uma cultura que nos ensinou a competir, a desconfiar uma da outra, a nos anular pra agradar.

Mas a gente não precisa seguir nesse ciclo, não. A gente pode se apoiar, se ouvir, se acolher. Sororidade é uma das maiores armas contra a misoginia.

O papel do feminismo na luta contra a misoginia

O feminismo é, sim, a resposta. E não, não é o contrário de machismo, tá? Muita gente ainda confunde, mas a real é que feminismo busca a igualdade real de direitos, deveres e oportunidades.

É uma luta contra essa estrutura social que sempre colocou o homem no pedestal e empurrou a mulher pro rodapé da história. O feminismo é sobre empoderamento, liberdade, autonomia, corpo livre, voz ativa e dignidade para ser quem somos, sem medo e sem culpa.

balança com símbolos de homem e mulher para representar igualdade de gênero

Lá no século 20, Simone de Beauvoir já dizia em O Segundo Sexo que “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, mostrando como a sociedade molda nosso lugar. Betty Friedan, com Mística Feminina, escancarou o vazio das mulheres que eram reduzidas ao papel de esposas e mães sem identidade própria. E de lá pra cá, muitas outras vieram pra somar – e continuar abrindo caminhos.

Hoje, a gente também se inspira em autoras que trazem reflexões urgentes e atuais. Como Chimamanda Ngozi Adichie, que em Sejamos todos feministas explica de forma clara e poderosa o que é o feminismo no século 21. Ela mostra que feminismo é uma causa de todos nós – homens, mulheres e pessoas não binárias – e que reconhecer os privilégios e lutar contra as opressões é um dever coletivo.

Tem também Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés, que resgata a força selvagem, intuitiva e ancestral do feminino. Um verdadeiro mergulho no autoconhecimento, na liberdade e na reconexão com nossa essência.

E não dá pra falar de feminismo sem citar Bell Hooks, que em E eu não sou uma mulher?: Mulheres negras e feminismo traz à tona as vozes que por muito tempo foram silenciadas dentro da própria luta feminista. Bell nos ensina que não existe empoderamento real sem considerar as questões de raça, classe e interseccionalidade.

O que a lei diz sobre misoginia?

Em 2023, a senadora Ana Paula Lobato propôs o PL 896/2023, que tipifica a misoginia como crime de discriminação, assim como o racismo. Isso é um marco, porque finalmente o ódio às mulheres pode ser reconhecido e punido com o rigor que merece.

Isso significa que manifestações misóginas – inclusive online – poderão ser enquadradas como crime. Um passo importantíssimo pra garantir a nossa segurança e dignidade.

Atitudes que nascem da misoginia (e precisam ser combatidas)

Vamos listar? Porque o primeiro passo pra combater é reconhecer:

  1. Interromper mulheres em discussões.
  2. Duvidar da capacidade feminina só por ser mulher.
  3. Dizer que mulher é emocional demais pra liderar.
  4. Controlar a roupa, os amigos, os horários.
  5. Justificar violência com “ciúmes” ou “amor”.
  6. Objetificar o corpo feminino (principalmente na mídia).
  7. Culpar a vítima em casos de abuso.
  8. Silenciar denúncias e minimizar agressões.
  9. Ignorar a palavra da mulher em decisões importantes.
  10. Chamar de “louca” quando ela se impõe.

Gente, não dá mais pra naturalizar isso. Cada pequena atitude conta. E cada silêncio também.

Como combater a misoginia na prática?

Se você chegou até aqui, já deu um passo enorme. Mas a transformação real acontece no dia a dia, nas pequenas atitudes que, somadas, fazem uma revolução. Pra começar, é essencial questionar piadas machistas e aquele tipo de “brincadeira” que reforça estereótipos ou diminui o feminino — silêncio cúmplice nunca mais. Além disso, apoiar outras mulheres é fundamental: seja no trabalho, na vida pessoal ou nas redes, vamos parar de competir e começar a nos levantar juntas.

Outra atitude poderosa é ouvir e validar relatos de abuso. Quando uma mulher fala, a gente escuta com empatia, acredita e acolhe. E, claro, compartilhar conhecimento também faz parte da luta.

Conclusão

Misoginia não é só sobre violência. É sobre o sistema que diz, o tempo todo, que a gente não vale o mesmo que um homem. Mas a gente vale, sim. A gente vale muito.

E não, não estamos aqui pra pedir licença. Estamos aqui pra ocupar, transformar, libertar.

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