Body shaming: o que é e dicas para combater
É impossível viver sem se sentir pressionado pelos padrões sociais e estéticos que a sociedade e a mídia impõem sobre todos nós. Assim, é dentro dessa temática que um termo se popularizou: o body shaming.
Mas você sabe o que ele significa? Preparamos um post completo para explicar tudo sobre essa questão, que tem uma influência extremamente negativa e afeta principalmente as mulheres.
O que é body shaming?
Sendo um termo em inglês, o “body shaming”, em tradução literal, significaria vergonha do corpo. Entretanto, ele não se trata diretamente de um desconforto com o próprio corpo, mas da vergonha causada pelo outro.
Como assim? Basicamente, por meio de comentários de outras pessoas sobre sua aparência, alguém começa a sentir vergonha, essa sensação de que algo está errado com ela. Ou seja, fazer body shaming é humilhar, fazer bullying e dirigir uma série de ofensas a alguém por causa de seu corpo, seu físico.
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Consequentemente, começamos a fazer body shaming com nós mesmos, criando uma bola de neve. Dessa forma, seja por termos sido alvo de julgamento, ou por ver outros sofrendo por algo que também temos, o ódio pelo corpo passa a ser internalizado.
Além disso, o body shaming não é dirigido a apenas um tipo de corpo. Infelizmente, ter alguns quilos a mais ou a menos, estrias e celulites, por exemplo, já são motivos para um bombardeamento de julgamentos. E a consequência é unânime: nunca nos sentimos bem o suficiente.
Apesar de condenável, esse tipo de agressão é comum, como revelou o estudo “Dove – Body Shaming” realizado com mulheres de Portugal. Além do dado impressionante de que 64% das entrevistadas relataram já terem sido alvos de body shaming, outro dado que chama a atenção é o fato de que 76% dos casos foi praticado por conhecidos ou familiares.
Exemplos Comuns de Body Shaming no Dia a Dia
Body shaming pode ocorrer em diversas situações do cotidiano. Por exemplo, um comentário aparentemente inofensivo como “Você está muito magro, precisa comer mais” ou “Você não acha que deveria perder um pouco de peso?” pode ser uma forma de body shaming. Outras formas comuns incluem:
- Comparar corpos: Fazer comparações entre o corpo de uma pessoa e os padrões de beleza ideais propagados pela mídia.
- Piadas sobre o corpo: Fazer piadas sobre características físicas, como altura, peso, ou qualquer outra característica.
- Comentários nas redes sociais: Publicar ou compartilhar imagens e vídeos com comentários depreciativos sobre a aparência de alguém.
- Críticas disfarçadas de preocupação: Comentários como “Estou preocupado com sua saúde” quando a intenção real é criticar o peso ou a aparência da pessoa.
Diferenciação Entre Body Shaming e Outras Formas de Críticas ou Preocupações com a Saúde
É importante diferenciar body shaming de críticas genuínas ou preocupações com a saúde. Críticas construtivas são feitas com a intenção de ajudar e apoiar a pessoa, sem desrespeitar ou envergonhar. Por exemplo, um profissional de saúde pode aconselhar alguém a adotar hábitos mais saudáveis com base em dados médicos e sem fazer julgamentos sobre a aparência física da pessoa.
Em contraste, body shaming é frequentemente baseado em padrões de beleza irreais e transmite a mensagem de que há algo errado com a aparência da pessoa. Ao contrário de uma preocupação genuína, body shaming não oferece suporte ou soluções construtivas, mas sim, reforça sentimentos de inadequação e vergonha.
Entender essa diferenciação é crucial para criar um ambiente mais acolhedor e respeitoso para todos. É essencial promover a aceitação e a empatia, reconhecendo que todos os corpos são diferentes e merecem respeito. Ao combater o body shaming, contribuímos para uma sociedade mais inclusiva e saudável.
Origens
O body shaming tem raízes profundas na nossa história e cultura. Ao longo dos séculos, diferentes sociedades desenvolveram seus próprios padrões de beleza, que variavam de acordo com o tempo e o lugar. No entanto, a ideia de que existe um “corpo ideal” sempre esteve presente. Esse corpo ideal muitas vezes reflete as características físicas das pessoas que estão no poder ou têm maior influência cultural e econômica.
Historicamente, os padrões de beleza mudavam bastante. Por exemplo, na Renascença, corpos mais cheios eram considerados símbolos de riqueza e fertilidade. Já no século XIX, a figura esbelta e o uso de espartilhos apertados se tornaram populares entre as mulheres, refletindo um ideal de elegância e restrição. Esses padrões, embora diferentes, sempre exerciam uma pressão estética significativa sobre as pessoas para se conformarem a um determinado tipo físico.
A influência das redes sociais
Apesar de as redes sociais serem importante espaço para comunicação e ampliação de debates positivos, elas também servem como palco para o ódio. Independentemente do assunto ou da foto, é só abrir a seção de comentários do post de algum perfil grande para ver falas negativas.
E isso é ainda pior com as fotos de mulheres. Selena Gomez, Camila Cabello, Taylor Swift e Demi Lovato são apenas alguns exemplos de celebridades que receberam ataques nas redes sociais simplesmente por mostrarem seus corpos como realmente eram.
De maneira geral, os padrões de beleza impostos pela sociedade são frequentemente exclusivos e limitadores. Eles ignoram a diversidade de corpos que existe, deixando de lado aqueles que não se encaixam no molde estreito do que é considerado “bonito”. Isso inclui pessoas de diferentes etnias, tamanhos, idades e habilidades.
Essa combinação de fatores históricos e culturais, junto com a poderosa influência da mídia e das redes sociais, cria um ambiente onde o body shaming prospera. As pessoas julgam e criticam os corpos dos outros, muitas vezes sem perceber o impacto negativo que isso tem. Entender essas origens é crucial para combater o body shaming e promover uma aceitação mais ampla e inclusiva da diversidade corporal.
O body shaming só afeta as mulheres?
Na verdade, não. Entretanto, é inegável que as mulheres são o maior alvo do body shaming.
Apesar de os meninos sofrerem com ele, especialmente na adolescência, quando a puberdade provoca mudanças no corpo em ritmos diferentes de pessoa para pessoa, a cobrança não é a mesma que para as mulheres.
Quando um homem envelhece, dizem que chegou na melhor idade, e seus cabelos brancos podem até ser considerados sexy. Contudo, quando o mesmo acontece com uma mulher, o grisalho é sinal de descuido.
Desde jovens, temos que lidar com uma série de repreensões sobre a aparência, o que vira uma competição entre as mulheres – que deveriam se unir contra elas. Assim, compramos diversos cosméticos e fazemos diversas dietas para tentar atingir esse ideal inalcançável.
Consequências do Body Shaming
Esse tipo de agressão afeta diretamente a saúde mental das pessoas. As críticas constantes ao corpo podem minar a autoestima, fazendo com que a pessoa se sinta inadequada e insegura sobre sua aparência. Isso pode levar a sentimentos de depressão, onde a pessoa se sente constantemente triste, desmotivada e sem esperança. Além disso, a ansiedade é uma consequência comum, pois a pessoa pode se preocupar excessivamente com o que os outros pensam de sua aparência, levando a um estado constante de tensão e nervosismo. Sem falar, é claro, do distúrbio de imagem corporal.
Porém, os impactos do body shaming não se limitam à saúde mental; eles também se manifestam fisicamente. Muitas vítimas desenvolvem distúrbios alimentares como anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Esses distúrbios surgem como tentativas desesperadas de alcançar os padrões de beleza impostos, colocando a saúde da pessoa em risco. Além disso, as constantes críticas podem levar a alterações na imagem corporal, onde a pessoa passa a ter uma percepção distorcida de seu próprio corpo, acreditando que está muito longe do ideal de beleza.
Sinais de que você pode estar praticando body shaming, mesmo sem intenção
Body shaming não se manifesta apenas em insultos diretos ou críticas severas. Pode ser algo mais sutil, como:
Comentários sobre dieta e exercício: Quando você observa o que alguém está comendo ou quanto exercício está fazendo, mesmo com boas intenções, a pessoa pode perceber isso como uma crítica ao seu corpo.
Elogios comparativos: Comparar uma pessoa com outra de maneira que sugira que uma é mais bonita ou saudável por causa de seu corpo
Reflexão sobre comentários e comportamentos comuns
Para realmente compreender se estamos praticando body shaming, é importante refletir sobre nossos comentários e comportamentos diários. Pergunte-se:
- Isso é necessário? Antes de fazer um comentário sobre a aparência de alguém, considere se é realmente necessário ou útil.
- Como a outra pessoa pode se sentir? Coloque-se no lugar da outra pessoa. Como você se sentiria se ouvisse o mesmo comentário sobre você?
- Estou promovendo um padrão de beleza irreal? Reflita se seus comentários negativos estão reforçando padrões de beleza irreais e limitantes.
A importância do body positivity
Tentando combater a onda de negatividade que vem com o body shaming, surge outro movimento: o body positive. Desse modo, como o nome sugere, ele tem o objetivo de ser um olhar positivo sobre a diversidade, valorizando a forma como cada corpo é único.
Assim, aos poucos, vemos perfis nas redes sociais e campanhas publicitárias que mostram os chamados “corpos reais”, ou seja, corpos em suas mais variadas formas. O objetivo, portanto, é que mais pessoas se enxerguem nessas plataformas e possam se sentir valorizadas.
É claro que o processo de autoaceitação nem sempre é fácil, e muito menos precisa ser rápido e completo. Contudo, o mais importante é sabermos que as diferenças existem e isso é completamente normal. Estar dentro de um “padrão” ou fora dele não faz de ninguém superior ou inferior.
O mais importante é se preocupar com a saúde física e mental, não com a aparência em frente ao espelho. Cada pessoa é bonita, feliz, saudável e sexy a sua própria maneira e, portanto, a comparação não nos leva a lugar algum.
Outro termo importante
Em vez de focar em amar o corpo, a neutralidade corporal propõe uma abordagem mais pragmática: trata-se de aceitar o corpo como ele é, sem a necessidade de amá-lo ou odiá-lo.
A ideia central é que o corpo é apenas uma parte de quem somos, não definindo nosso valor como pessoa. Ao praticar a neutralidade corporal, as pessoas podem se concentrar em apreciar o que seus corpos podem fazer por elas, sem se preocupar constantemente com sua aparência.
Pronto, agora você já sabe tudo o que precisa para combater o body shaming e promover um ambiente de aceitação e respeito pela diversidade corporal.