Bartolinite: o que é, causas, sintomas e tratamento

Bartolinite é uma inflamação dolorosa que afeta as glândulas de Bartholin, localizadas em cada lado da entrada da vagina. Embora muita gente nunca tenha ouvido falar sobre essa condição, ela é mais comum do que se imagina e pode causar bastante desconforto.

Saber identificar os sinais, entender as causas e buscar o tratamento adequado é fundamental para manter a saúde íntima em dia e evitar complicações. Neste artigo, vamos explicar tudinho sobre o assunto de forma clara e sem tabus!

O que é bartolinite?

A bartolinite é uma inflamação nas glândulas de Bartholin, que são duas glândulas pequenas localizadas na região íntima da mulher. Essa inflamação pode causar dor, inchaço e até formação de um abscesso com pus. É uma condição desconfortável que geralmente afeta apenas um dos lados e pode surgir de forma repentina, atrapalhando atividades simples como sentar, andar ou ter relações sexuais.

Localização da glândula de Bartholin

As glândulas de Bartholin ficam posicionadas bem na entrada da vagina, uma de cada lado, logo atrás dos pequenos lábios. A função delas é liberar um fluido lubrificante durante a excitação sexual, ajudando na lubrificação natural da região. Quando esses ductos são obstruídos, o fluido fica acumulado, podendo formar um cisto ou levar à inflamação — e aí que surge a bartolinite.

Diferença entre cisto e bartolinite

Essa é uma dúvida bem comum! E entender a diferença entre cisto e bartolinite faz toda a diferença na hora de buscar o tratamento certo.

• Cisto de Bartholin: ocorre quando o ducto da glândula fica bloqueado, impedindo que o líquido saia. Com isso, esse fluido se acumula, formando uma bolinha indolor ou pouco dolorida, como se fosse uma “bolha de água”. Na maioria das vezes, o cisto é pequeno e não causa sintomas. Muitas mulheres nem percebem que têm.
• Bartolinite: é quando esse cisto ou a própria glândula acaba sendo infectada por bactérias, e aí a coisa muda de figura! A região fica inflamada, dolorida, quente, inchada e pode haver secreção de pus — ou seja, é quando o cisto evolui para uma infecção ativa, com sintomas bem incômodos.

Quais são as causas da bartolinite?

A bartolinite pode parecer algo que aparece do nada, mas a verdade é que ela tem causas bem específicas. Essa inflamação geralmente começa de forma discreta, mas pode evoluir rápido se não for tratada. A seguir, vamos entender os principais motivos que levam ao surgimento da bartolinite e quais fatores aumentam o risco de ter esse probleminha chato na região íntima.

Obstrução do canal da glândula

Tudo começa quando o canal da glândula de Bartholin fica entupido, impedindo que o fluido lubrificante seja liberado corretamente. Esse bloqueio pode acontecer por conta de pequenas lesões, inflamações repetidas ou até acúmulo de secreções. Com o tempo, esse líquido preso forma um cisto, e se houver entrada de bactérias, pode evoluir para uma inflamação — a temida bartolinite.

Infecções bacterianas e ISTs

A presença de bactérias, especialmente aquelas associadas a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), é uma das principais causas da bartolinite. Organismos como Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae podem invadir a glândula por microfissuras na mucosa vaginal, causando infecção e acúmulo de pus. É por isso que o uso de preservativo é tão importante, tanto para prevenir ISTs quanto complicações como a bartolinite.

Fatores que aumentam o risco

Algumas situações aumentam a chance de desenvolver bartolinite, como:

• Ter entre 20 e 40 anos (idade em que a glândula é mais ativa)
• Vida sexual ativa sem proteção
• Histórico de bartolinite anterior
• Má higiene íntima ou uso excessivo de sabonetes agressivos
• Traumas na região íntima, como depilação ou fricção intensa

Agora que já sabemos as causas, vamos entender como reconhecer os sinais que indicam que algo não está bem com a glândula de Bartholin.

Sintomas da bartolinite

Quando a bartolinite dá as caras, não tem como ignorar. Os sintomas podem variar dependendo do estágio — se é apenas um cisto ou se já virou uma inflamação com infecção. Abaixo, a gente explica os sinais mais comuns pra você ficar atenta.

Inchaço e dor na região íntima

O primeiro sinal geralmente é um inchaço em um dos lados da entrada vaginal, que pode vir acompanhado de dor leve ou moderada. Às vezes, a mulher só sente um incômodo, mas em casos mais avançados, a dor pode ser intensa, especialmente durante o sexo, ao sentar ou ao andar.

Vermelhidão, sensibilidade e dificuldade ao sentar ou andar

Com a evolução da inflamação, a região pode ficar vermelha, quente e muito sensível ao toque. Isso afeta diretamente atividades simples do dia a dia. Sentar ou andar vira um desafio, e a sensação de pressão ou pulsação no local é constante.

Febre e secreção em casos de abscesso

Se o cisto se transforma em um abscesso, ou seja, uma infecção com acúmulo de pus, os sintomas se agravam. Pode surgir febre, mal-estar geral e até saída de secreção com odor forte se o abscesso romper. Nesses casos, é essencial procurar um médico o quanto antes para drenar e tratar com antibióticos.

Como é feito o diagnóstico?

Percebeu um inchaço estranho, dor ou desconforto lá embaixo e está desconfiando que pode ser bartolinite? Calma, amiga! O primeiro passo é procurar uma avaliação médica. O diagnóstico é simples e rápido, e na maioria das vezes, feito ali mesmo no consultório durante o exame ginecológico.

Avaliação ginecológica

O ginecologista vai começar com uma avaliação visual e palpação da região íntima. Como os sinais da bartolinite são bem característicos — inchaço de um lado da vulva, dor localizada e, em casos mais graves, secreção — normalmente só isso já é suficiente para confirmar o diagnóstico. Durante o exame, o médico também avalia se é apenas um cisto ou se já evoluiu para um abscesso.

Exames complementares quando necessário

Em alguns casos, especialmente se houver suspeita de infecção por ISTs, o médico pode pedir exames complementares, como:

• Cultura da secreção para identificar a bactéria causadora da infecção;
• Exames laboratoriais de ISTs, como clamídia e gonorreia;
• E em raras situações, biópsia do cisto, se ele for persistente ou tiver características incomuns.

Esses exames ajudam a orientar o tratamento mais eficaz e garantir que nenhuma causa mais grave esteja por trás da inflamação.

Tratamento para bartolinite

A boa notícia é que a bartolinite tem tratamento e, quando bem cuidado, o problema costuma desaparecer sem deixar sequelas. A escolha do tratamento vai depender do estágio da inflamação — se é só um cisto, se já virou abscesso ou se é algo que vive voltando. Vamos ver as opções?

Compressas mornas e cuidados locais

Nos casos mais leves, quando o cisto ainda não está infectado, as compressas mornas são a primeira linha de cuidado. O calor ajuda a desobstruir o canal da glândula e pode até facilitar a drenagem espontânea do líquido acumulado. Além disso, manter a região limpa, usar roupas íntimas confortáveis e evitar relações sexuais até melhorar também são atitudes importantes.

Uso de antibióticos em casos de infecção

Se a glândula está dolorida, quente, com secreção e você começa a sentir sintomas de infecção, como febre e mal-estar, o médico pode prescrever antibióticos orais. Eles vão atuar contra as bactérias causadoras da inflamação, e geralmente o tratamento dura de 7 a 10 dias. Em alguns casos, pode ser necessário combinar com analgésicos ou anti-inflamatórios pra aliviar a dor.

Drenagem do abscesso ou cirurgia em casos recorrentes

Quando o abscesso está muito grande ou não melhora com remédios, o médico pode realizar uma drenagem cirúrgica, que consiste em abrir a área inflamada e remover o pus acumulado. O procedimento é simples e geralmente feito com anestesia local.

Já nos casos em que a bartolinite vive voltando, pode ser indicada uma pequena cirurgia chamada marsupialização. Nela, o médico cria uma nova abertura permanente na glândula, evitando que o canal fique bloqueado novamente. É um tratamento eficaz para prevenir novas crises e garantir mais conforto no dia a dia.

É possível prevenir a bartolinite?

A gente sabe que nem sempre dá pra evitar tudo na vida, mas quando o assunto é bartolinite, alguns cuidados simples fazem uma baita diferença. Prevenção é, antes de tudo, um ato de amor próprio — e manter a saúde íntima em dia é essencial pra evitar esse incômodo.

Higiene íntima adequada

A primeira dica é básica, mas poderosa: manter uma higiene íntima equilibrada. Isso significa lavar a vulva com água e um sabonete íntimo suave (de preferência sem perfume), sempre no sentido da frente para trás. Evite duchas vaginais internas e o uso exagerado de produtos perfumados, que podem desregular o pH natural da região e favorecer infecções.

Ah, e trocar a calcinha diariamente (de preferência de algodão) e dar um descanso pro seu corpo de roupas muito apertadas também ajuda muito!

Uso de preservativos e cuidado com ISTs

Muita gente não associa uma IST à bartolinite, mas elas estão sim entre as causas mais comuns da inflamação. Por isso, usar camisinha (interna ou externa) em todas as relações sexuais é fundamental. Além de prevenir doenças como gonorreia e clamídia, o preservativo ajuda a proteger as glândulas de Bartholin de possíveis bactérias.

Se você tem múltiplos parceiros, converse sobre a importância dos exames regulares e da proteção mútua. Sexo seguro é prazeroso e responsável!

Consultas regulares com o ginecologista

Nada substitui aquele check-up de rotina com o gineco, né? Fazer consultas periódicas permite identificar qualquer alteração precocemente, inclusive cistos pequenos que podem evoluir para bartolinite. Além disso, o médico pode orientar sobre os cuidados mais adequados pro seu tipo de corpo, estilo de vida e histórico de saúde íntima.

Quando procurar um médico?

Sentiu um carocinho estranho, dor, inchaço, calor ou vermelhidão na região íntima? Notou que está difícil sentar, andar ou que a dor aumenta durante o sexo? Esses já são sinais de alerta pra procurar um ginecologista o quanto antes. E se além disso aparecer febre ou secreção com odor forte, pode ser que o cisto já tenha evoluído para um abscesso — e aí, só tratamento médico resolve mesmo.

A bartolinite pode ser uma surpresa desagradável, mas com informação, cuidado e atenção ao próprio corpo, a gente consegue lidar com ela de forma leve e segura. Entender os sinais, saber o que causa e como tratar, nos dá autonomia pra agir rápido e buscar o melhor cuidado possível.

Cuidar da saúde íntima é um ato de amor, de empoderamento e de conexão com a gente mesma. Não tenha vergonha de conhecer seu corpo, fazer perguntas, tocar, explorar e, claro, se divertir com prazer e segurança.

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